ÉTICA HOJE

A busca do bem está além do sistema econômico vigente.

   Inseri-mo-nos hoje numa situação em que praticamente todas as nossas ações estão voltadas à prosperidade, essa tal prosperidade aqui referida é econômico-financeira. O bem que nós todos buscamos é a felicidade, e essa parece condizer cada vez mais com o nosso poder aquisitivo.

   Hoje, o conhecimento se põe no cerne do sistema produtivo, busca-se cada vez mais uma produção em larga escala e que alcance mercados internacionais. Reaparece nesse contexto uma idéia de que o mercado é o único mecanismo capaz de coordenar uma sociedade moderna. Vivenciamos um momento de grande ascensão na produção tecnológica, porém, acompanhado de um drástico crescimento da fome e da miséria.

   Portanto, as características mais marcantes deste processo consistem em males que assolam nossa sociedade. Não há distribuição justa de rendas; a política hoje é refém dos movimentos econômicos e, sobretudo, a economia tem ditado os rumos desta sociedade contemporânea. O enfrentamento de tais questões só poderá ocorrer através de uma transformação cultural profunda que se concretize numa maior inclusão intelectual, e assim os nossos valores éticos voltarão a ser condizentes com a verdadeira busca do bem coletivo.

                                                                                                                                 Por: Tássio Ricelly



Os frutos de uma sociedade técnico-científica.


   A reflexão ética desde o início, na Grécia, se situou no contexto de comunidades humanas pequenas, assim possibilitando relações sociais próximas. No contexto em que nos inserimos hoje, um mundo globalizado onde as informações são difundidas em segundos, as atividades humanas ampliaram seu alcance. Tal crescimento teve como principal conseqüência o alargamento do horizonte das responsabilidades, e é aqui onde se revela a diferença entre éticas antigas e modernas.

   O avanço tecnológico incumbiu ao homem moderno responsabilidades além das que ele poderia assumir, uma delas é a capacidade de destruição total do mundo. Assim, ampliou-se o abismo entre a capacidade de domínio técnico e os preceitos éticos que deviam normalizar o mundo. A ética hoje tem um campo de atenção maior, isso tanto em termo geográfico quanto em termo populacional. Pode-se dizer que o mundo cresceu a partir do avanço técnico-científico, produzindo, assim, o conhecimento de realidades ampliadas e inovações em situações complexas.O homem passou a sentir-se “senhor do seu destino” e tentar sujeitar a natureza a seus fins.

   Mediante a todo esse avanço, o indivíduo manipulador se mostra incapaz de por um fim a esse processo destrutivo de seu ser e da natureza que ele mesmo desencadeou sua manipulação. Esse conflito entre ser humano e natureza é sinal de uma crise mais profunda.





Por: Tássio Ricelly

Correção: João Batista Freire


A mistura dos valores éticos como desafio em meio à constante busca de um valor maior.


    Nas sociedades tradicionais a moral encontrava-se centralizada e unificada, os valores éticos eram tidos de forma mais integra nas sociedades clássicas. Hoje, a tecnologia informativa se encarregou de difundir os valores da sociedade contemporânea para o mundo todo, e concomitantemente houve um processo de mistura entre os valores das sociedades.


    Esse pluralismo ético que vivenciamos hoje resulta na ausência de um valor último para a vida humana. Uma das causas desse pluralismo é a convivência entre diferentes tradições culturais, tal influência se vê de forma inteiramente transparente na região sul do nosso país, onde alemães lá se instalaram e mesclaram o costume que da sua terra natal trouxeram com práticas que aqui encontraram.

    “Vivemos num mundo em que os meios de comunicação criaram o que chamamos de ciberespaço”, e este é o espaço em que nos situamos atualmente. Vale enfatizar que, a universalização das informações causadas por tal espaço nos proporcionou a globalização de avanços tecnológicos que teve como fruto o amadurecimento das ciências e principalmente avanços na área medicinal.

    A questão é: ainda há rumores de guerras, se há guerras há atrito entre valores. Quando acabará? Existe uma forma de que os valores venham ser comuns a todos? Através de que?


Por: Tássio Ricelly.


A ética em uma sociedade planetarizada 


Vivemos hoje num contexto ético diferente das sociedades clássicas, onde alguns costumes são adotados simultaneamente em diversas localidades. Na sociedade Grega, onde surge verdadeiramente um conceito de Ética, onde se tinha realmente uma responsabilidade com as relações harmônicas entre indivíduos, podemos notar que as preocupações com as relações, ou ainda, com a própria ética, estavam voltadas a um grupo de pessoas pequeno, se compararmos com os nossos dias. O homem helênico viveu um período em que sua preocupação maior era a Pólis, sua organização política e econômica.
Hoje, as tecnologias de informação se incumbiram de propagar as notícias, as inovações científicas, e principalmente as inovações e avanços no ramo da estética, que é um dos setores do mercado que mais crescem. As preocupações dos nossos contemporâneos são outras, e isso nos remete a questões profundamente filosóficas, exemplo: Existe grau valorativo entre os costumes morais e éticos? Há objetividade nas nossas prioridades? Onde estão os valores arquetípicos? Sem dúvida há uma rivalidade entre costumes e crenças, há uma animosidade, principalmente em meio às diferenças religiosas.
Frente a esse caos, resta ainda sabermos se mesmo com valores corrompidos, a busca pelo bem é a finalidade ultima, a razão de ser de todos. Ora, a ética em sua complexidade, visa o bem de todos. Porém, no quadro social que nos encontramos tal objetivo não tem passado de potencialidade, de contingência, visto que, nem mesmo aqueles que detêm o poder público são éticos, o que parece meio contraditório, pois o fim da política coincide com o fim da ética.
A tecnologia nos trouxe conforto e comodidade, porém, nos atribuiu responsabilidades muito além das que a nós poderiam ser atribuídas. O homem hoje se sente senhor da sua vida, e não entende que para que exista ética faz-se necessário que existam relações harmônicas de interesses. Como podemos ser éticos pensando apenas em nós mesmos?


Portanto, para que os valores possam ser restaurados, e os costumes possam ser mutuamente respeitados, cabe a nós visarmos sempre o bem, mas, o bem verdadeiro, que segundo Aristóteles consiste em ser o bem comum a todos.


Por: Tássio Ricelly

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